A Lagarta-do-Cartucho chega a comprometer em até 40% da produção nacional de milho no Brasil, com isso a EMBRAPA desenvolveu um inseticida natural
O defensivo natural contra a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) é um óleo essencial extraído da planta Pimenta-de-macaco (Piper tuberculatum), essa é a mais nova aposta da Embrapa no combate à Lagarta. De acordo com pesquisa realizada na Embrapa Meio-Norte (PI), o óleo é repelente e biocida, ou seja, matando a lagarta nas primeiras aplicações, podendo extrair este óleo na própria propriedade com auxílio de um destilador.
O trabalho realizado pelo pesquisador Paulo Henrique Soares, durou três anos na cidade de Teresina-PI e na conclusão do estudo, observou-se ainda a eficiência do óleo no combate à vaquinha (Cerotoma arcuatus), o pulgão-preto (Aphis craccivora) e o percevejo (Crinocerus sanctus), que atacam principalmente o feijão-caupi.
De acordo com o pesquisador, o próximo desafio é identificar quais substâncias têm ação direta no
extermínio dos insetos afim de aprimorar seu uso, tendo em vista que o óleo possui 54 substâncias químicas naturais. Outro estudo necessário é a definição do melhor manejo para o cultivo da pimenta-de-macaco, afim de otimizar a produção do óleo, tendo em vista que é uma planta predominante em regiões tropicais, abrindo um leque de oportunidades para novas pesquisas com plantas nativas.
O professor Flávio Luiz Crespo, coordenador adjunto do Núcleo de Estudo,
Pesquisa e Extensão em Agroecologia e Agricultura Orgânica da
Universidade Estadual do Piauí vê esse trabalho como uma excelente alternativa no controle
de pragas, lembrando que a produção agrícola convencional
"trava uma verdadeira guerra contra os insetos, que estão no mundo há
250 milhões de anos, causando prejuízos econômicos e ambientais, devido
ao uso de inseticidas químicos". E mesmo com todo o "aparato de guerra",
como o professor classifica as ações dos produtores para vencer as
pragas, a produção de milho no Brasil ainda sofre quedas de até 40% todo
ano.
No
Brasil, os agricultores usam inseticidas naturais no combate a pragas e
doenças, sendo mais comuns os óleos essenciais da folha de canela (Cinnamomum zeylanicum), da folha de louro (Laurus nobilis), da folha de goiaba (Psidium guajava) e de sementes de nim (Azadirachta indica).
A eficácia dessas substâncias foi comprovada em pesquisas realizadas na
Universidade de São Paulo e na Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, há quase 10 anos.
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FONTE: CANALRURAL